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25 de outubro de 2023
A três semanas de começar a valer as normas para a contratação de influenciadores digitais para publicidade de produtos de investimentos, a Anbima apresentou um estudo que mostra que esses personagens estão aumentando a difusão da educação financeira
A três semanas de começarem a valer as normas para a contratação de influenciadores digitais para publicidade de produtos de investimentos, a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) apresentou um estudo que mostra que esses personagens estão aumentando a difusão da educação financeira e que o interesse da audiência está avançando.
O montante de influenciadores digitais de investimentos quase duplicou em três anos, crescendo de 266 no segundo semestre de 2020 para 515 no primeiro semestre de 2023. Já o número de seguidores quase triplicou nesse intervalo, subindo de 74 milhões para 176 milhões. A soma de seguidores não equivale ao número de pessoas, pois cada uma pode ser dona de mais de um perfil ou seguir o mesmo influenciador em mais de uma rede social.
Os dados são da quinta edição do levantamento “Finfluence – quem fala de investimento nas redes sociais”, elaborado pela Anbima em parceria com o Instituto Brasileiro de Pesquisa e Análise de Dados (IBPAD).
O total de influenciadores continuou igual em comparação ao segundo semestre de 2022. Contudo, isso não quer dizer que são os mesmos nomes, porque alguns deixaram de falar sobre finanças ou pararam de publicar, enquanto outros acabaram de começar a jornada.
Já o volume de seguidores aumentou 6% nesse período, de 166 milhões para 176 milhões, e as interações médias por publicação, medidas por comentários, compartilhamentos e curtidas, por exemplo, avançaram 10%, alcançando 1.637.
A pesquisa mapeou a atuação dos influenciadores em quatro mídias sociais: X (o antigo Twitter), YouTube, Instagram e Facebook. O X manteve o reinado como o mais usado pelos influenciadores de investimentos, concentrando 45% das publicações. Em seguida, ficam o Instagram (21%), o Facebook (18%) e o YouTube (16%), nessa ordem.
Entretanto, o YouTube lidera o engajamento com conteúdos com maior nível de detalhamento, com 6,4 mil interações médias por post. Na sequência, ficam o Instagram (1,8 mil) e o X (495), com alterações que desagradaram os influenciadores de investimentos, como pagamento para obter o selo de verificado. Por último, fica o Facebook (28).
Assuntos do dia a dia com impactos nos investimentos, como os juros nos Estados Unidos, o arcabouço fiscal e a alta do dólar, fizeram o número de publicações aumentar 19% em comparação com o último relatório, alcançando 153 mil postagens e vídeos. Além disso, as interações médias do público avançaram 36% na mesma base de comparação, para 1.845.
O mercado de ações foi o tema mais abordado, respondendo por quase metade das publicações. Já commodities é o tema que mais engaja. Além disso, a abordagem sobre produtos é recorrente, mas há um descasamento entre os produtos mais abordados e os que mais engajam. Enquanto 93% das menções são concentradas em renda variável, o engajamento é 118% maior, em média, quando o conteúdo é de renda fixa.
Os 515 influenciadores foram divididos em 13 categorias. As principais em relação à média de interações são produtores de conteúdo, investidores independentes, reguladores de mercado, traders e analistas.
A Anbima elegeu os cinco influenciadores pessoas físicas mais relevantes em cada mídia social. Bruno Perini, do Você Mais Rico, lidera a lista no YouTube, enquanto Carol Dias, do Riqueza Em Dias, ficou em primeiro lugar no ranking do Instagram. Já o Economista Sincero lidera a lista no X, e Hermann Greb, no Facebook.
A entidade também separou os influenciadores em pessoas físicas e empresas e montou rankings dos perfis mais relevantes. No ranking de influenciadores pessoas físicas, foram eleitos como mais relevantes Economista Sincero, O Primo Rico e Tiago Guitián Reis, nessa ordem.
Já o ranking de empresas é liderado por Dica de Hoje, Bloomberg Línea Brasil e Me Poupe!, respectivamente. “Pela primeira vez, vimos uma presença muito grande de empresas com números semelhantes aos dos influenciadores. Ao longo dos últimos anos, as empresas se impuseram e puderam beber da fonte dos influenciadores, vendo o que eles estavam fazendo de diferente e atingindo um público que não estavam conseguindo”, afirma Amanda Brum, gerente-executiva de comunicação, marketing e relacionamento com associados da Anbima.
A Anbima ainda identificou que, entre os 515 influenciadores mapeados, 249 tinham alguma parceria com bancos, corretoras ou casas de análise. XP Investimentos, Banco Sofisa e BTG Pactual eram as instituições com maior número de parcerias. “Nem sempre as relações comerciais entre influencers e o mercado são divulgadas claramente e, por isso, em alguns casos, podem não ter sido mapeadas no levantamento”, afirma a entidade no relatório.
A Anbima começou a estreitar o relacionamento com os influenciadores e ouviu sugestões desses profissionais. A associação criou um espaço no seu site para abrigar conteúdos que ensinam boas práticas na disseminação de informações sobre investimentos, chamado de Espaço Finfluence. “Agimos nessa frente de educação para evitar ofertas milagrosas impossíveis que ainda vemos por aí, que prejudicam o desenvolvimento do mercado”, diz Brum.
A entidade ainda publicou normas de autorregulação dos influenciadores sociais, debatidas com a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), para os bancos e corretoras contratarem os influenciadores para publicidade de produtos de investimentos. As regras foram apresentadas em setembro deste ano e começam a valer a partir de 13 de novembro. Elas são voltadas para as instituições financeiras que seguem os códigos da Anbima e não para os influenciadores.
“Antes era um mar aberto, cada um fazia o que queria. Agora, existem preceitos mínimos que precisam ser respeitados. Deve haver um contrato, com clareza de como será o conteúdo contratado e a remuneração, e o influenciador tem obrigação de deixar claro que aquele conteúdo é patrocinado”, afirma Brum. “O influenciador não pode fazer recomendação de investimento se não tiver certificação para isso e as instituições associadas podem ser notificadas e punidas pela Anbima”, diz.
Além dessas normas, muitos influenciadores demandam certificações específicas para essas figuras. No entanto, Brum afirma que isso ainda está em debate na Anbima. “Certificações para influenciadores são complexas porque não somos um representante do mercado e não temos expertise em comunicação. Orientamos que os influenciadores procurem a vasta gama de certificações que já existe”, diz.
Confira matéria no Valor Investe
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