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Retomada das receitas publicitárias alavancou recuperação dos grupos de mídia

Fonte: Meios e Publicidade

27 de abril de 2022

Após um ano de 2020 muito marcado pelo impacto da pandemia nas contas da Cofina, Impresa e Media Capital, os três grupos de media portugueses cotados em bolsa geraram, no seu conjunto, mais 36,6 milhões de euros no último ano, um crescimento na ordem dos 9,5%. Em receitas publicitárias, os três grupos de media encaixaram aproximadamente mais 30 milhões de euros em 2021. No seu conjunto, atingiram 260 milhões de euros em receitas de publicidade, valor que supera já o de 2019, último ano pré-pandemia. No entanto, com exceção da Impresa, os números agora alcançados ainda ficam aquém do volume de negócios gerado antes da covid-19.

Cerca de 260 milhões de euros em receitas publicitárias. Foi quanto encaixaram, no seu conjunto, a Cofina Media, a Impresa e a Media Capital, os três grupos de media portugueses cotados em bolsa. Com o mercado a recuperar após um ano de travagem a fundo ao primeiro impacto da pandemia, a retoma dos investimentos em publicidade chegou a todos, resultando em mais 30 milhões de euros captados em 2021. Com estes números, as receitas publicitárias geradas pelo conjunto das operações comerciais dos três grupos, não só regressam a valores pré-covid, como superam em cerca de 1,6 milhões de euros os 258,4 milhões de euros captados em 2019. Embora apenas a Impresa tenha efetivamente atingido receitas publicitárias acima dos valores pré-pandemia, Cofina e Media Capital aproximam-se igualmente dos números de outros tempos.

No entanto, a recuperação das receitas publicitárias não é acompanhada da mesma forma nas restantes linhas de receita e, com exceção do grupo liderado por Francisco Pedro Balsemão, o volume de negócios gerado pelos três grupos de media ainda fica aquém dos valores pré-pandémicos. No seu conjunto, Cofina, Impresa e Media Capital geraram, em 2021, receitas totais na ordem dos 423,8 milhões de euros. Valor que representa um crescimento de 9,5% face a 2020, ano em que as receitas afundaram para os 387,1 milhões de euros, mas ainda a alguma distância dos 435 milhões de euros gerados pela operação dos três grupos em 2019. São ainda 11,2 milhões de euros a menos.
Contudo, não são representativos de uma mesma realidade vivida por todos no último ano. A Impresa, não só recuperou em 2021 as receitas perdidas no ano anterior, como superou até as receitas, tanto publicitárias como consolidadas, reportadas em 2019, crescendo mesmo face ao período pré-pandemia. Já a Cofina e a Media Capital, embora registem igualmente crescimentos relativamente às receitas totais alcançadas em 2020, permanecem ainda aquém dos valores de 2019 (ver quadro e análise individual às contas de cada um dos grupos).

No que diz respeito aos lucros alcançados, há também duas realidades distintas, o que condiciona a análise ao resultados no seu conjunto, puxados para baixo pelos valores negativos da Media Capital. Ainda assim, a melhoria é evidente e transversal aos três grupos de media, cujos resultados líquidos, no seu conjunto, cresceram 645,4%, passando de 1,7 milhões de euros em 2020 para perto de 12,8 milhões de euros no fecho das contas do último ano. Apesar de se manter no vermelho, a dona da TVI viu os seus resultados melhorarem 63,2%, reduzindo os prejuízos dos 11,1 milhões de euros para os 4,1 milhões de euros em 2021. Em 2019, recorde-se, a Media Capital reportava prejuízos na ordem dos 54,7 milhões de euros. A Cofina viu também os seus resultados melhorarem significativamente, encerrando o exercício de 2021 com lucros de 4,2 milhões de euros, um crescimento de 165,9%. Números que, ainda assim, ficam aquém dos lucros reportados pelo grupo dono do Correio da Manhã e da CMTV no último ano pré-pandemia, quando apresentava um resultado líquido de 7,2 milhões de euros. A Impresa, que já no último ano registou um aumento dos lucros apesar da situação pandémica, volta a encerrar com evolução positiva, fixando-se nos 12,6 milhões de euros, uma subida de 12,5% face aos lucros de 11,2 milhões de euros reportados no exercício de 2020.

Ao nível do endividamento, os três grupos de media apresentam, no seu conjunto, uma dívida na ordem dos 278,2 milhões de euros. A Media Capital está agora nos 79,9 milhões de euros, uma redução de 200 mil de euros em comparação com a dívida reportada no final de 2020. A dívida líquida nominal da Cofina está nos 33,9 milhões de euros, valor que representa uma redução de 6,2 milhões face a Dezembro do último ano. A maior dívida dos três grupos continua a pertencer à Impresa, que, apesar de uma diminuição de 14,2 milhões relativamente ao valor com que encerrou o ano anterior, se situa agora nos 138,6 milhões de euros.

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