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29 de julho de 2021
Estou há mais de 20 anos neste negócio de agência. Sou até bem “novinho” perto de muitos empresários e executivos que admiro, e posso até ser considerado um “tiozão” para muitos talentos que surgiram recentemente. E nessa minha jornada não teve um dia sequer que eu não tenha ouvido falar na palavra resultado. Nossa atividade é muito pautada por isto. Mas sempre na lógica do resultado para o cliente, que é fundamental porque sustenta os contratos e destaca as agências, enquanto parceiras, em suas ofertas de valor. Mas sinto falta desse foco em resultado com a visão e atuação exaustiva quando o “cliente” é a nossa empresa, as agências. Isso mesmo! Somos uma empresa tanto quanto nossos clientes também são, e precisamos focar nos resultados do nosso negócio, pois, somados às nossas ofertas de valor, são os resultados permanentes que sustentam a constante necessidade de transformação e melhorias da nossa prestação de serviços.
Há mais de dez anos eu repito um mantra, segundo o qual, para se chegar (e sustentar) a esfera do resultado do nosso negócio, é necessário ir além da esfera do job (que foca no resultado para o cliente) e balancear mais nossa atuação empresarial, inserindo também a esfera do negócio no dia a dia e no mindset das lideranças empresariais em todo setor, em cada agência do Brasil, e em qualquer dimensão de empresa, pois essa lógica de focar quase que exclusivamente na entrega (esfera do job) é um “mal” de todo publicitário. Balancear mais a esfera do negócio para atingir a permanente esfera do resultado requer técnicas de gestão de desempenho, de pessoas e de processos de forma mais estruturada em todo o fluxo de trabalho, e profissionalizar este ambiente que metrifica os resultados como única forma de acompanhar se estamos, enquanto empresa, evoluindo e atingindo nossos objetivos estratégicos. Já houve muita evolução nesse sentido, claro! Mas ainda há muito o que avançar na forma de as agências se valorizarem como empresas, respeitando e perseguindo seus objetivos estratégicos sabendo balancear bem a necessidade de se manter um ambiente criativo de forma permanente, e em conjunto com um ambiente mais profissionalizado em sua forma de atuar empresarialmente. E essa lógica vale para todas! Não adianta ativar o modo negacionista dizendo que “vamos ficar iguais a bancos ou ‘indústrias’”, ou que o “nosso negócio é feito por talentos” e “essas métricas ou técnicas podem tirar o brilho e prejudicar a dinâmica na forma como produzimos o nosso serviço”. Ao contrário! O que mais vejo, hoje, são os próprios talentos cobrando mais profissionalização e questionando a direção das empresas por formas de avaliação que sejam pautadas por desempenho, por exemplo.
Também vejo as equipes esgotadas e muitas vezes sem entender onde estão os gargalos que levam os pontos críticos ao extremo sem uma visão clara e objetiva por onde começar a atuar para as melhorias do ambiente interno, do fluxo de trabalho, da clareza dos processos e na forma de valorizar as pessoas. É fácil? Não, não é! Mas tudo começa pelo reconhecimento que resultado também deve ser perseguido para o nosso negócio e, muitas vezes, o cliente é parte integrante de uma rotina de discussão que requer dados mais analíticos que pautem a melhoria de uma relação que tende a ser de constante conflito pela própria natureza do nosso serviço. Focando mais na esfera do resultado, conseguiremos inserir a esfera do negócio de forma a balancear com o core do nosso negócio que é, e continuará sendo, a esfera do job. Se sua agência já está navegando por essas três esferas, parabéns! A verdadeira transformação passa necessariamente por isto, também. E muitas já estão tirando os proveitos dessas práticas que precisam se fazer presentes de forma natural e fluida em nossa lógica empresarial.
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