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12 de maio de 2023
Com a premissa de terem poucas verticais e, por isso, maior agilidade, as agências independentes estão ganhando espaço no mercado. Longe das estruturas das grandes holdings, essas empresas propõem a potenciais clientes o acesso direto aos tomadores de decisão e a quem está, de fato, realizando o trabalho.
Segundo a sócia-fundadora da f+e/cyranos, Fernanda Antonelli, o modelo de operação dessas agências permite que o trabalho seja feito em conjunto. “É um fluxo em linha reta, com as etapas sendo compartilhadas com os clientes: do briefing ao trabalho final, as conversas constantes ajudam a arredondar o que se vê na rua e evitam perda de tempo”.
Esse processo também promove autonomia entre as equipes que, nas tomadas de decisão, não precisam passar por um processo hierárquico para aprovação. Nesse caso, o centro da decisão fica todo no Brasil, junto aos clientes.
O sócio e CCO da Tech and Soul, Flavio Waiteman, cita o livro David e Golias, de Malcolm Gladwell, para falar sobre esse modelo de negócios: “Com as agências independentes funciona assim também: uma multinacional só consegue fazer um trabalho incrível quando ‘pensa pequeno’ e age como Davi”.
Por esse motivo as agências independentes adotam estilos de trabalho específicos. A Tech and Soul, por exemplo, desenvolveu um método para trabalhar em três pilares: planejamento estratégico, criação e execução de uma campanha. Em cada uma dessas fases, existem apenas dois níveis de aprovação.
Para conseguir conquistar a atenção dos clientes, essas empresas investem mais no aspecto criativo, mas sem deixar de lado o olhar para outras áreas em ascensão na publicidade. “Precisamos ter um trabalho criativo de mídia, um trabalho criativo de planejamento, de negócios, de conteúdo, de produção, de branding, de craft, de design e de criação”, explica Toni Fernandes, sócio e diretor de criação da Monkey-Land.
O executivo afirma, ainda, que as ferramentas são essenciais para o desenvolvimento desse processo. “Contratamos todas as ferramentas necessárias para desenvolver um bom trabalho. Temos praticamente todas as pesquisas de mídias, a de monitoramento de redes e insights de planejamento”, afirma.
No passado, no entanto, as agências independentes nacionais – antes mesmo de serem chamadas assim – foram compradas pelas holdings. Para as agências independentes de hoje, esse processo não deverá se repetir, ao menos não da mesma maneira. “Os grupos multinacionais estão permitindo ter braços independentes dentro de suas estruturas e até mesmo investindo em empresas independentes com participação menores. Os clientes estão gostando de falar com os donos das empresas de comunicação”, afirma Flavio Waiteman, da Tech and Soul.
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