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3 de outubro de 2023
Se a inteligência artificial já está presente no dia a dia de diversos profissionais, também deve estar no radar estratégico de CEOs. Uma pesquisa da consultoria e auditoria EY buscou entender como essa liderança enxerga a tecnologia.
Uma das questões trazidas foi se a IA é “uma força para o bem, que impulsiona eficiência dos negócios e, portanto, cria resultados positivos para todos, como inovações em tratamentos de saúde”. Globalmente, 29% concordam plenamente, contra 26% que responderam concordar em certo modo. No Brasil, os resultados são maiores: 38% e 46%, respectivamente, têm tais percepções sobre a pergunta.
A empresa ouviu mais de 1.200 CEOs globalmente, sendo 50 no Brasil. O critério usado foi o da liderança de companhias receita acima de US$1 bilhão no último ano fiscal.
32% dos brasileiros acreditam plenamente que o impacto da IA substituindo os humanos na força de trabalho será contrabalançado pelas novas funções e oportunidades de carreira que a tecnologia cria. Ao todo, a amostra global fica em 27%.
Ao mesmo tempo, mais da metade (52%) dos CEOs no Brasil concordam em totalidade que a comunidade empresarial precisa se concentrar muito mais nas implicações éticas da inteligência artificial e na forma como a sua utilização pode impactar áreas-chave das nossas vidas, como a privacidade. O dado é mais elevado quando é levado em consideração às demais nações, em que apenas 29% concordam plenamente e 38% concordam em partes.
Existem preocupações sendo trazidas à tona. 40% dos brasileiros têm a convicção de que é preciso fazer mais para mitigar os ‘maus atores’ da IA que poderiam usar a tecnologia de maneiras prejudiciais – desde ataques cibernéticos até falsificações profundas e desinformação. 36% concordam parcialmente. O recorte mais amplo mostra que 28% dos CEOs enxergam dessa maneira, contra 37% que têm percepção parcial sobre a afirmação.
No geral, acredita-se que não está sendo feito o suficiente para gerir as consequências indesejadas da IA, que poderão ter implicações significativas para a comunidade empresarial e a sociedade: 40% dos líderes do Brasil tem profunda convicção no fato e o resultado fica em 29% no restante do mundo.
O estudo concluiu que apenas 12% dos CEOs brasileiros não planejam nenhum investimento de capital significativo em inovação de produtos ou serviços impulsionada por IA. Apesar disso, 52% já estão totalmente integrados a tais mudanças no processo de alocação de capital, e estão investindo ativamente na inovação impulsionada pela ferramenta.
Entre as prioridades locais para o próximo ano estão fusões e aquisições/M&A (34%), reserva de caixa para oportunidades futuras ou desafios inesperados (30%), devolução de capital aos acionistas por meio de dividendos e recompra de ações (20%) e iniciativas de crescimento orgânico (16%).
O cenário internacional é diferente. Os CEOs mundiais farão investimentos em reserva de caixa para oportunidades futuras ou desafios inesperados (29%), fusões e aquisições/M&A (26%), iniciativas de crescimento orgânico (25%) e devolução de capital aos acionistas por meio de dividendos e recompra de ações (20%).
Pauta emergente no mundo corporativo, o ESG é outro campo beneficiado pela ascensão da inteligência artificial. 36% dos brasileiros priorizam iniciativas de sustentabilidade, ao mesmo tempo em que alocam parcela significativa do capital para o tema. Além disso, 34% alocam capital para ações de sustentabilidade no mesmo nível que outras prioridades.
Já 14% dos líderes nacionais afirmam considerar iniciativas de sustentabilidade, mas o tema não tem peso significativo na alocação de capital. Há um contraste com o contexto de outros países. A EY mostra que 10% dos demais executivos não consideram o tema prioridade para alocação de capital da companhia. No Brasil, todos elencam as iniciativas sustentáveis como prioridade na alocação de recursos.
Na amostra internacional, poucos (16%) apontam que o assunto esteja na vanguarda da estratégia de alocação de capital e dedicam recursos substanciais para apoiá-las. Ao mesmo tempo, 22% priorizam as práticas e adotam parcela significativa do capital para isso. Na contramão, para 28% a sustentabilidade está no mesmo nível que outras prioridades de negócios.
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