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12 de abril de 2023
A cultura e as indústrias criativas do Brasil movimentaram em 2020 o equivalente a 3,11% do Produto Interno Bruto Brasileiro, 230,14 bilhões de reais dos 7,4 trilhões de reais da economia no período. Os dados fazem parte de uma metodologia desenvolvida pelo Observatório Itaú Cultural para mensuração dos impactos econômicos do setor.
Segundo o estudo, divulgado nesta segunda-feira, 10, a magnitude da participação das indústrias criativas em 2020 foi maior do que setores importantes da indústria brasileira, como o automotivo, que respondeu por 2,1% do PIB no mesmo intervalo.
Além da medição do PIB, que utiliza microdados do IBGE e aguarda a atualização da base para mensuração dos resultados de 2021 e 2022, o Observatório também tem um boletim do mercado de trabalho do setor. A economia criativa respondeu a 7,4 milhões dos empregos formais e informais no Brasil em 2022, equivalente a 7% do total dos trabalhadores da economia brasileira. O número é 4% maior que o verificado em 2021, demonstrando uma recuperação do período da pandemia.
“O que é central e cada vez mais importante para nós é é elevar o patamar da cultura”, afirma Eduardo Saron, presidente da Fundação Itaú. “Nós já sabemos que a cultura gera desenvolvimento social, mas mensuramos a importância desse setor na economia, ainda mais em tempo de recursos escassos. Além de aumentar os espaços da cultura, o setor também é importante no desenvolvimento econômico brasileiro”, diz.
O PIB da Economia da Cultura e das Indústrias Criativas do Observatório Itaú Cultural foi elaborado a partir do critério de renda, o que engloba massa salarial, massa de lucros e outros rendimentos auferidos por empresas e indivíduos no país. A metodologia foi desenvolvida por um grupo de pesquisadores, liderado por Leandro Valiati, professor e pesquisador da Universidade de Manchester, no Reino Unido, e da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
Os setores criativos, segundo a metodologia, reúnem moda, atividades artesanais, indústria editorial, cinema, rádio e TV, música, desenvolvimento de software e jogos digitais, serviços de tecnologia da informação dedicados ao campo criativo, arquitetura, publicidade e serviços empresariais, design, artes cênicas, artes visuais, museus e patrimônio. Segundo o estudo, são 130 mil empresas brasileiras na indústria criativa. A mais representativa é a indústria da moda, com 50 mil empresas, seguida por publicidade, com 24 mil negócios.
A relevância dos dados de empregos ajuda a mensurar a importância do setor. “O número total de trabalhadores é expressivo e sobretudo nos ajudam a enxergar uma relação mais coerente entre incentivo público, recursos públicos e a contribuam do PIB. Há defasagem, tanto no investimento a geração de negócios”, diz. Dos 7,4 milhões de empregos no ano passado, 26% são empregos informais, apresentando a necessidade de formalização do setor.
O indicador seguirá sendo atualizado, segundo o Itaú Cultural. Para a determinação da economia da cultura e indústrias criativas, foram utilizados dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNADc/IBGE), da Relação de Informações Sociais (RAIS), do Programa de Avaliação Seriada (PAS) e da Pesquisa Anual de Comércio (PAC), além das Tabelas de Recursos e Uso do IBGE (TRU) para contabilização dos impostos e o histórico de prestação de contas da lei Rouanet.
Confira matéria na Veja
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