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7 de outubro de 2022
Lica Bueno, CEO da Talent Marcel, e Filipe Bartholomeu, presidente e CEO da AlmapBBDO, comentam papel de ferramentas na publicidade e como alinhá-las a talentos humanos
Muitas projeções mostram que o surgimento da tecnologia na maior parte dos setores teria o poder de substituir a força de trabalho humana. Em partes, as expectativas são verdadeiras, mas vêm com mais ou menos potência para determinadas indústrias. E a da criatividade é uma delas.
“Quanto mais tecnológico fica o nosso negócio e mais conseguimos um backboard de dados, mais gente nós temos. O mundo está tão mais complexo que temos que ter mais pessoas capazes de ler a cena”, disse Filipe Bartholomeu, CEO e presidente da AlmapBBDO. O executivo se juntou a Lica Bueno, CEO da Talent Marcel, no painel “Nova dinâmica das disrupções humana e tecnológica”, no Maximidia 2022. De acordo com ele, a tecnologia caminha em uma velocidade mais rápida que a sociedade e, pelo fato de sua empresa fazer parte de um grupo internacional, de fato há um arsenal maior que dá vantagem competitiva à agência.
Contudo, Bartholomeu salientou que, de fato, o que muda a “textura e relevo” para uma agência nesse sentido são as pessoas e o paralelo que podem estabelecer com as ferramentas tecnológicas. O ponto foi corroborado por Lica, que reconhece que há um desafio em equilibrar os dois aspectos, mas que o grande valor e das agências é ter a estratégia em seu core. “O que vem se mantendo e tornando um diferencial das agências é a capacidade de ser estratégica, e de alguma maneira olhar essa estratégia como um todo”, complementou.
Dentro do âmbito da discussão, entra também em pauta a retenção de talentos e como as mudanças geracionais vem exercendo impacto em como as pessoas encaram as agências e os empregos dentro delas. “Nossa indústria já foi a mais sexy de todas. […] Não estamos mais em um lugar de privilégio em que já estivemos, mas isso não significa que com o processo certo não consigamos os talentos certos também”, classifica a CEO da Talent Marcel. Para ela, as agências precisam reavaliar o que retém talentos atualmente – aspectos que se diferem de anos atrás – e mudar KPIs de retenção, desprendendo-se do passado.
“Temos que focar nossos esforços em isso não ser tão traumático para nós, clientes e parceiros, porque é uma evolução de hábito e cultura”, complementou a executiva. Já Bartholomeu salientou que nunca foi tão rica a múltipla possibilidade de atrair talentos, fugindo da tradicional bolha do mercado publicitário a partir de uma maior diversidade de lugares, formatos e regiões os quais as agências podem alcançar.
Uma tendência já atual para a adoção em processos mais complexos no cotidiano são humildade e flexibilidade, conforme indicaram os líderes. Seja pela velocidade das transformações ou pela fragmentação das necessidades dos anunciantes. “Não é sobre ser cada vez mais full service, mas ter a humildade de reconhecer que uma única solução não vai resolver a vida do cliente”, comentou o CEO da AlmapBBDO.
O mesmo pode ser aplicado aos modelos ágeis hoje tão necessários para as mudanças constantes e cenário polarizado em que o mundo, e sobretudo o Brasil. A executiva da Talent Marcel traz a possibilidade de teste de modelos e salienta a parceria com os clientes para uma entrega mais acertada nos tempos atuais. Somado a isso, agências devem também ter em mente que nem sempre o produto ou solução específica proposta será o drive das estratégias e criatividade de determinada marca.
Para os próximos meses que vem pela frente, ambos endossam a necessidade de criar um ambiente de crescimento e progresso não só para as empresas, mas principalmente para a sociedade. E o grande destaque, é claro, é dado sempre às pessoas e à criatividade neste momento em que a indústria da publicidade e da comunicação se encontram.
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