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4 de agosto de 2023
Depois de dominar o setor de varejo online, se aventurar no mundo das contas digitais, oferecer maquininhas de cartão e serviços logísticos, o Mercado Livre se prepara para desbravar um segmento novo: o streaming de vídeo.
O gigante do e-commerce lançará sua própria “Netflix”, uma plataforma gratuita de vídeos no Brasil e em outros países da América Latina. O serviço funcionará direto no aplicativo de celular e no site da companhia.
Fora do País, o Mercado Play também estará disponível na Argentina, Chile, Colômbia, Equador, México, Peru e Uruguai. Em breve, a plataforma deve ser lançada nos demais países em que o e-commerce opera.
Para iniciar a operação, a plataforma oferecerá um catálogo com seis mil horas de conteúdo, entre filmes, séries, documentários, reality shows e outros produtos de audiovisual. Além do conteúdo gratuito, os usuários do Mercado Livre também terão à disposição os catálogos de parceiras do e-commerce, como Disney+, Star+, Max e Paramount+.
O vice-presidente de entretenimento do Mercado Livre, Luiz Barros, conta que a ideia de criar um streaming próprio ganhou força com o fato de um grupo significativo de pessoas na América Latina não assinar nenhum tipo de plataforma de conteúdo pago. “Nosso foco é atingir essa parcela da população e ser uma opção para elas no dia a dia”, diz.
Para o professor de varejo da FGV, Ulysses Reis, a nova frente de negócios do Mercado Livre coloca o e-commerce à frente de concorrentes brasileiros – como Magalu, Via e Americanas – e posiciona o gigante argentino mais próximo de nomes como a americana Amazon, que fez o mesmo movimento rumo ao conteúdo no passado recente.
Reis pontua que a nova empreitada dará uma nova ferramenta para os serviços de publicidade, que deve unir informações sobre preferências de compras ao mesmo tempo que terão dados de consumo de conteúdo. “O Mercado Livre entra agora em um novo patamar de concorrência”, diz o especialista.
De acordo com os dados do último balanço do Mercado Livre, atualmente a companhia tem 148 milhões de usuários ativos em toda a América Latina, dos quais aproximadamente 76 milhões são do Brasil. Para efeito de comparação, o novo serviço estreia na região com mais da metade do número total da Netflix, que já opera em cerca de 100 países no globo e tem 238 milhões de assinantes.
O serviço de streaming gratuito começa a ser liberado para a base de clientes a partir da próxima quarta-feira, 9. A expectativa da companhia argentina é que o serviço esteja disponível para 100% dos usuários até o final de agosto, tanto no Brasil quanto nos demais países em que o serviço será lançado.
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Por ora, diferentemente da rival Amazon, segundo o executivo Barros, o Mercado Livre não planeja investir na produção autoral de séries e filmes, mas atualizará sua grade de programação com obras dos grandes estúdios do entretenimento.
Como uma plataforma gratuita de conteúdo, o Mercado Play também será mais uma ferramenta para o mercado publicitário. Ao estrear no segmento, o Mercado Livre expande seu serviço de “retail media” para o setor de vídeos, que será gerenciado pelo Mercado Ads, braço de anúncios da empresa. Conforme divulgado pelo negócio, o streaming terá opções de propaganda antes, durante e no fim dos conteúdos veiculados ao público.
Uma pesquisa recente da Magnite, empresa de venda de anúncios, mostrou que 75% dos brasileiros utilizam algum serviço de streaming, seja de assinatura paga ou versões gratuitas, com veiculação de anúncios. O levantamento ainda apontou que 79% dos usuários das versões sem presença publicitária aceitariam mudar para um modelo mais barato que oferecesse conteúdos com propaganda.
Na avaliação de Márcia Esteves, CEO da Lew’Lara/TBWA e presidente da Associação Brasileira de Agências de Publicidade (Abap), a plataforma de streaming do Mercado Livre será mais uma ferramenta para fomentar o mercado anunciante, que acompanha uma evolução do setor.
“Nós estamos mudando para uma realidade de propaganda que une os serviços de streaming e os de consumo”, afirma. “Imagine você assistir TV e poder no mesmo lugar comprar um item que aparece em uma série? Isso é muito legal.”
Sobre a junção das duas modalidades de dados sobre usuários, o executivo do Mercado Livre diz que a fusão dessas informações será o grande diferencial competitivo do negócio para atrair anunciantes nos países em que atua. “É uma combinação de dados muito poderosa, que ainda não estava disponível na indústria”, afirma Barros.
Confira matéria no Estadão
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