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27 de setembro de 2023
O Writers Guild of America (WGA), sindicato dos roteiristas dos Estados Unidos, anunciou o fim da greve da categoria nesta quarta-feira, 27.
De acordo com a associação, a decisão ocorreu após firmar um acordo provisório de três anos com a Aliança de Produtores de Cinema e Televisão (AMPTP) sobre novos modelos de contrato.
O comunicado foi feito por meio de uma postagem do WGA em seu perfil no X (antigo Twitter). “O WGA chegou a um acordo provisório com o AMPTP. Hoje, nosso Comitê de Negociação, o Conselho do WGAW e o Conselho do WGAE votaram unanimemente para recomendar o acordo”, escreveu o sindicato. Com isso, a volta ao trabalho fica autorizada a partir desta quarta-feira.
A paralisação do trabalho ocorreu em maio e perdurou por 148 dias e teve o apoio do SAG-AFTRA, sindicato estadunidense que representa 160 mil atores. Os membros foram impedidos de participar de divulgações de projetos até o final da greve. Uma matéria da BBC indica que a greve dos roteiristas de Hollywood custou cerca de US$ 5 milhões para a economia dos EUA.
Entre as reivindicações estavam o aumento de salário em meio à um cenário de concorrência acirrada com a ascensão do streaming. O cenário vem criando uma era de conteúdos mais curtos e menores pagamentos residuais. Além disso, a massificação da IA na indústria passou a se tornar uma ameaça. A tecnologia estaria sendo usada para a criação de roteiros, fazendo com que os redatores perdessem muitos trabalhos do zero.
O documento do acordo conta com quase cem páginas sobre as novas condições de trabalho da categoria. A BBC aponta também que executivos da Netflix, Disney, Universal e Warner Bros. participaram pessoalmente das negociações junto aos grupos.
Entre as previsões, está o aumento de remuneração e melhores condições de pagamentos para os roteiristas e novas exigências de níveis mínimos de profissionais em salas de roteiristas de TV. Segundo o WGA, o acordo é “excepcional” e fornece ganhos e proteções significativas para escritores em todos os setores, conforme indica reportagem da Variety.
No que diz respeito ao uso da IA, a ferramenta não pode ser aplicada para escrever ou reescrever material. Ademais, não será possível creditar conteúdos gerados por meio da IA à categoria. Seu uso também fica restrito ao consentimento da empresa, bem como ao respeito de políticas da empresa sobre a questão.
Contudo, a companhia não pode exigir que um determinado software seja utilizado para a redação e não pode fornecer materiais de autoria de redatores para treinar soluções de inteligência artificial. Para casos de materiais já gerados por IA, é dever da empresa divulgar o fato ao roteirista.
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