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Entidades do mercado já se mobilizam para discutir efeitos da IA e buscar consenso

Fonte: Janela Publicitária

14 de julho de 2023

Se perguntar ao ChatGPT “Como regulamentar a IA no mercado de publicidade?”, será que a resposta vai agradar a todos?

A notícia da abertura de um processo no Conar contra o filme da Volks, que recriou Elis com Inteligência Artificial, causou uma enorme comoção no meio publicitário. Não só através de manifestações de revolta de quem gostou do comercial da AlmapBBDO. Mas de quem percebeu que há muitas questões no ar a respeito do tema que precisam ser mais debatidas.

O publicitário Luis Vargas, por exemplo, comentou, em postagem da Janela, que esta questão já devia estar sendo vista em conjunto pelas entidades do setor.

Fomos então, atrás de Federação Nacional das Agências de Propaganda (Fenapro), Associação Brasileira das Agências de Publicidade (Abap) e Associação Brasileira de Anunciantes (Aba) para saber como anda a coisa.

Iniciativas isoladas

Coincidentemente, o presidente do Sindicato das Agências de São Paulo, Roberto Tourinho, adiantou para a Janela que já estava programado para levar a questão à reunião da Fenapro, que acontece nesta terça, 11/07. “Este caso do comercial da Volks mostrou que é urgente debatermos mais sobre a IA, não apenas pelas questões levantadas sobre direitos autorais como pelo próprio efeito da perda de espaços profissionais dentro das agências e dos fornecedores”, citou Tourinho.

Pela Abap, seu diretor-executivo Alexandre Gibotti também vê a necessidade de maiores definições sobre o tema. Mas defende que o fórum para isto seja mesmo o Conar, onde a questão terá que ser julgada a partir das queixas que consumidores fizeram contra o filme da Volks.

“Mesmo que o assunto ainda não esteja maduro no Conar, as normas terão que sair de lá”, opinou o executivo.

Gibotti revela, inclusive, que foi procurado por um advogado — cujo nome ainda não quis revelar — que se apresentou como já estando estudando as questões do direito digital aplicado à Inteligência Artificial. O profissional se ofereceu a fornecer subsídios para a defesa da AlmapBBDO junto ao Conselho de Autorregulamentação.

Anunciantes terão seu guia

Quem já está mais adiantada nas deliberações sobre a IA é a ABA. Sua CEO Sandra Martinelli contou para a Janela que, dia 9 de agosto, a entidade fará um evento para lançar seu “Guia ABA sobre Impactos da Inteligência Artificial Generativa na Publicidade”.

O trabalho é fruto do trabalho de um ano dos Comitês de Mídia e Jurídico da ABA, com o Grupo de Trabalho Inteligência Artificial e de Privacidade e Proteção de Dados. O Guia foi elaborado em parceria com a Opice Blum e a Bruno e Vainzof Advogados Associados.

Nele, a representante dos anunciantes brasileiros busca trazer um panorama sobre as tendências e oportunidades que vêm junto da IA. “É uma bússola para os anunciantes entenderem melhor o que ela significa, seus conceitos, aplicações, além de trazer insights sobre as melhores estratégias para envolver e alcançar o público”, diz Martinelli.

Curiosamente, se a busca do consenso ainda acontece separadamente nas associações do mercado, ainda não detectamos qualquer movimento para que as diferentes lideranças se juntem para buscar visões comuns aos diferentes setores.

A própria ABA chegou a convidar a Interactive Advertising Bureau para apoiar o desenvolvimento do seu documento. Mas a IAB,  diz Sandra Martinelli, declinou da parceria. De qualquer forma, a representante dos anunciantes antecipou para a Janela que pretende, ainda esta semana, convidar a ABAP a também se envolver.

Confira matéria no Janela Publicitária

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Sobre

A Associação Brasileira de Agências de Publicidade (ABAP) foi fundada em 1º de agosto de 1949 para defender os interesses das agências de publicidade junto à indústria da comunicação, poderes constituídos, mercado e sociedade. Dentre suas realizações estão a cofundação do Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (CONAR), do Conselho Executivo das Normas-Padrão (CENP), do Instituto Verificador de Comunicação (IVC) e do Instituto Palavra Aberta.