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3 de agosto de 2023
A criatividade é definida como a “capacidade de criar ou inventar; engenho, engenhosidade, inventiva” segundo o dicionário Brasileiro da Língua Portuguesa Michaelis. A mesma publicação define os criativos como sendo “o que possui grande capacidade de criar (diz-se de pessoa); criador, fecundo, inovador: É um dos profissionais mais criativos de sua área”. São conceitos subjetivos, mas são a essência do ofício das agências de publicidade.
São por meio dos elementos acima descritos que um cliente ou anunciante pode definir como seguir com a sua comunicação. No entanto, existem diversas etapas que determinam continuidade ou não de uma ideia. Aspectos financeiros e de complexidade na execução também se tornam pontos fundamentais para a aprovação ou desaprovação.
Por esse motivo, os criativos têm como parte de seu trabalho saber lidar com uma negativa, afinal, o “não” fará parte constante da rotina desses profissionais. “Vejo que o primeiro sentimento é de frustração, porque, além de todo o esforço que colocamos nos trabalhos, é bem comum a gente se empolgar com a ideia. E é importante que seja assim”, diz Carla Cancellara, diretora executiva de criação da Fbiz.
A executiva também explica que o não é tão esperado no trabalho de um criativo que, muitas vezes, os profissionais levam mais de uma opção de ideia para os clientes e gestores.
O primeiro não da carreira de Dani Ribeiro, diretora-executiva de criação da Publicis Brasil veio quando era estagiária. A experiência fez com que ela entendesse a importância do alinhamento de ideias.
Na época, ela levou ao então diretor de criação, Rodrigo Leão, mais de 100 sugestões de títulos para a campanha e foi surpreendida com o retorno do chefe. Ele disse: ‘tem coisas ótimas aqui, porém todas na direção errada, então estou reprovando tudo, mas nunca vi alguém errar na mosca tão bem’.
Isso fez com que a executiva entendesse como reagir a essas situações. “Entendi relativamente cedo que é como eu reajo a isso, principalmente internamente, que poderia me fazer ficar mais ou menos tempo nessa profissão sem perder o brilho no olho a cada job novo ou refação”, conta.
Parte do processo criativo é entender a necessidade do cliente e, com isso, escolher as melhores abordagens. Além disso, saber a hora de defender uma ideia é crucial para esse processo. Com isso, é possível identificar alguns aspectos sobre a tomada de decisão.
Geralmente isso envolve questões de orçamento, segmentação ou momento de marca. O group creative director da Wieden+Kennedy São Paulo, Rogo Castro, avalia que o mais importante ao ouvir uma negativa é tentar entender se há espaço ou não para argumentar.
“O importante quando ouvimos uma negativa, é tentar entender as razões e, a partir daí, entender se há espaço para contra-argumentar, ou então usar as informações que recebidas para voltar para a folha em branco e criar uma nova ideia que responda esses pontos apresentados pelo cliente”, diz.
Munido dessas informações, os executivos dão dicas de como lidar com uma negativa:
– É preciso entender que um “não” nunca é sobre você, mas sobre o trabalho apresentado;
– É importante construir uma relação de confiança entre colegas, gestores ou clientes. A transparência é um passo rumo à liberdade para falar sobre as negativas;
– Se apaixone pela ideia e defenda, mas não se apegue a ela;
– Incorpore o ponto de vista do cliente ao não para entender as ponderações.
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