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Censo de Diversidade, Equidade e Inclusão: desafios na indústria do marketing

Fonte: Propmark

9 de novembro de 2021

Esforço foi liderado pela Federação Mundial de Anunciantes, com associações de agências, Cannes Lions e outros

O primeiro censo de Diversidade, Equidade e Inclusão (DEI) da indústria do marketing apontou quais são os principais desafios que as pessoas encontram na área, destacando a situação familiar, idade, gênero, etnia e deficiência.

O estudo apontou que as formas mais comuns de discriminação da área no mundo foram as situações familiares e a idade: 27% dos entrevistados concordam que as empresas não tratam todos os seus funcionários de forma justa, independente da situação familiar, e outros 27% concordaram que as empresas não tratam os funcionários de forma igual, independente da idade.

Segundo o material, 33% dos entrevistados concordam que a idade pode atrapalhar a carreira, enquanto 40% das mulheres entrevistadas concordam que a situação familiar pode atrapalhar a carreira. Esse dado reforça que as mulheres da área são mais pobres do que os homens, dado a disparidade salarial entre os gêneros no mercado.

Quando se trata de etnias, as pessoas negras tiveram a pontuação mais baixa para as questões como “sinto que pertenço à empresa que trabalho”, em relação as pessoas brancas. A média global no quesito “senso de pertencimento da empresa” é de 68%, de acordo com a pesquisa.

Cerca de 17% dos entrevistados afirmaram que deixariam a empresa que trabalham devido a falta de inclusão e/ou discriminação, enquanto 15% afirmaram que deixariam o mercado.

Na contramão, a maioria dos entrevistados (60%) relatou que as organizações estão tomando medidas para abordar temas como diversidade e inclusão, mas apenas 26% acreditam que as empresas estejam, de fato, tomando providências a respeito do tema.

“Há apenas uma limitação para o crescimento sustentável: Talento. Se quisermos ser uma indústria atraente para prosperar devemos ouvir, reconhecer e agir de acordo com os problemas daqueles que estão no centro do mundo da publicidade e da comunicação”, afirmou Tamara Daltroff, presidente da VoxComm, associação global que representa as agências.

Globalmente, 8% dos entrevistados com deficiência afirmaram já ter enfrentado discriminação com base na deficiência e eles também tendem a pontuar menos no quesito “sinto que pertenço à minha empresa”, em comparação com os entrevistados sem deficiência.

Cerca de 7% dos entrevistados relataram um problema de longa duração e, destes, 71% disseram que estava relacionado à saúde mental. Apesar disso, só 44% deles informaram seus empregadores sobre o problema e, destes, 59% disseram que o empregador foi “favorável”.

“Com essa primeira ambição da indústria na forma do Censo Global DEI, agora sabemos exatamente onde estão os problemas e, ao mesmo tempo, somos apresentados a uma oportunidade de superar os maiores desafios”, ressaltou Tamara. “O ônus de todos nós agora é trabalharmos juntos para tornar a indústria mais justa, diversa e inclusiva – e medir nosso progresso comum em uma segunda onda na primavera de 2023”, disse Stephan Loerke, CEO da WFA.

O estudo foi elaborado com base no Censo Tudo Incluso do Reino Unido [UK All In Census] realizado pela Associação de Propaganda do Reino Unido, ISBA e IPA em março de 2021 (cujos resultados ainda não fazem parte da pesquisa global) e foi ativamente apoiado por empresas, incluindo Beiersdorf, BP, Diageo, GSK, Heineken, Havas, Just Eat, m/Six, Omnicom Group, Reckitt e WPP.

Para os resultados, foram utilizadas mais de 10 mil respostas de 27 mercados, de forma online e no período de junho a julho de 2021.

O esforço foi liderado pela Federação Mundial de Anunciantes (WFA), em colaboração com associações de agências, EACA e VoxComm (que tem a Associação Brasileira de Agências de Publicidade – ABAP como integrante), Cannes Lions, Advertising Week, Effies, GWI, Campaign, IAA e empresa de pesquisa Kantar.

“A pesquisa destaca que, para muitas pessoas, a indústria de marketing não é tão inclusiva nem acolhedora como nós sabemos que precisa ser. Por meio de alguns de nossos trabalhos mais amplos com o WFA, temos explorado o poder da produção criativa representativa e sabemos que isso começa ao ouvir vozes representativas e ter opiniões diversas de nossas equipes”, disse Jerry Daykin, diretor sênior de Mídia EMEA na GSK Marketing de Saúde do Consumidor e Embaixador da Diversidade Global da WFA.

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