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3 de outubro de 2022
O sucesso de uma estratégia não está atrelado mais a um slogan, mas sim ao conjunto de ativações que observam o espírito do tempo
Qual é o impacto que a visibilidade de uma marca tem em sua reputação corporativa ou nos negócios? Na história da propaganda, diferentes formatos buscaram responder a pergunta de milhões, traçando estratégias para aumentar índices de lembrança, atenção e engajamento em torno de produtos e serviços. O foco dos times de criação era no mote, no personagem divertido, no jingle que colava na mente feito chiclete ou na sacada genial que apenas um Don Draper, protagonista da icônica Mad Men, seria capaz de colocar à mesa.
Ainda que todo publicitário tenha um pouco daquele homem que trabalhava na imaginária Sterling Cooper, na Nova Iorque dos anos 1960, é inegável dizer que o mercado presente se transformou. O sucesso de uma estratégia não está atrelado mais a um slogan, mas sim ao conjunto de ativações que observam o espírito do tempo, a realidade e a cultura global para converter desejos em um posicionamento genuíno e preciso de interações e diálogo, capaz de impactar cada um de nós de forma pessoal e única.
Como disse Simon Sinek, “as pessoas não compram o que você faz, elas compram por que você faz isso”. E transformar relações e empatia em consumo é o norte do trabalho que desempenhamos ao criar gatilhos emocionais e verdadeiros que garantirão a perpetuidade de um negócio.
Nesse sentido, cada vez mais florescem campanhas estruturadas para serem capazes de engajar pelo relacionamento e impulsionar conversas pela relação direta entre marcas e consumidor, que vez ou outra se utilizam de reverberação via plataformas de conteúdo ou amplificação por meio da visibilidade de ativações que utilizam broad casters e creators. Com a revolução tecnológica e a Era da Influência, as marcas ganharam a capacidade e a possibilidade de atuarem como emissoras de TV, rádio, streamings… seja de forma independente ou em associação com canais e plataformas já estabelecidas ou ainda em parcerias com criadores de conteúdo original.
Como exemplo de ensaio do que ainda está por vir em maior e larga escala temos a última edição do Rock in Rio. Para a ocasião e como forma de intensificar a conexão com o público, marcas como Seara, TikTok, Itaú, entre outras, criaram e transmitiram, de acordo com a essência de cada uma delas, ecossistemas originais de conteúdo e entretenimento, que se incorporaram ao contexto narrativo do festival como atrações extras.
A capacidade de penetração das estratégias e ações, em que uma marca alia sua reputação ao engajamento de criadores de conteúdo relevantes, gera interações espontâneas e relacionamento baseado em interesses comuns para além da interrupção.
É por isso que, ao buscar construir ações sólidas e de longo prazo para relacionamento entre marcas e consumidores, o mercado deve ponderar a utilização de iniciativas que capturem para si muito mais que audiência, convidando o público a cocriar o resultado da própria ativação.
Nomes como Casimiro, Gaulês, Goularte, Vanessa Lopes e Nobru; organizações como a Loud e a Furia ou coletivos como o Digital Favela são alguns dos nomes que estão revolucionando a audiência e consumo de conteúdo no Brasil. É preciso estar atento a como o consumidor é impactado por essas mídias e alinhar as propostas de valor reputacional para um momento no qual a comunicação é disseminada e heterogênea, mas igualmente poderosa e de massa.
Agora em novembro, teremos a primeira Copa do Mundo com um imenso e variado leque de oportunidades para as marcas gerarem e transmitirem entretenimento: plataformas e tecnologias consolidadas; um mercado de influência maduro e cada vez mais profissionalizado no seu propósito e uma audiência engajada. Segundo a Fifa, a Copa no Catar será assistida por cinco bilhões de pessoas em todo o mundo. Guardadas as devidas limitações legais e do budget de cada um, a possibilidade de as marcas criarem “Copas dentro da Copa” vai além da imaginação.
Ao observarmos a transformação do mercado publicitário ocasionada pela revolução dos meios de comunicação e a integração da audiência com canais como YouTube, Twitch, TikTok ou Instagram, torna-se fato que a comunicação dos nossos tempos congrega doses equilibradas de big idea — e todo conteúdo e entretenimento que ela pode comportar —, big data — com a apuração de todas as métricas e dados para a construção do ecossistema da marca — e broadcast — utilizando toda a capacidade de transmissão disponível pelas tecnologias atuais. É mais difícil, mas absurdamente humana e real.
Confira artigo no Meio e Mensagem
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