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13 de dezembro de 2022
Relatório Interactive Advertising Bureau Brasil (IAB Brasil) mostra tendências no varejo, metaverso, segmento financeiro, entre outros
Algumas das heranças que 2022 deixará ao mundo estão muito relacionadas ao contexto econômico. A guerra na Ucrânia, sanções econômicas, inflação e problemas na cadeia global de suprimentos são alguns dos motivadores da crise que vem se instalando. Segundo o fundo monetário internacional, o crescimento econômico global foi revisado de 6,1% em janeiro de 2022, para 3,2% em junho.
Com a retração econômica, o Interactive Advertising Bureau Brasil (IAB Brasil) aponta que entender o consumidor em suas diversas nuances é peça-chave para a construção de um branding que entregue valor ao mesmo tempo em que ganha awareness. Rumo a uma “disrupção de marca”, o instituto elencou seis tendências da publicidade digital para o próximo ano no relatório Brand Disruption 2022. Confira:
Reflexo da pandemia e da aceleração da transformação digital, o e-commerce é uma ferramenta de vendas relevante no varejo. Segundo o estudo “Tendências: As compras no Mercado Livre”, o comércio eletrônico deve representar 21,5% do total de vendas no varejo a nível global. Além disso, a América Latina se destaca neste aumento, com uma variação de 20,4% neste ano – com o Brasil como líder.
A guerra dos fretes se intensifica e mostra que o consumidor quer comprar o produto de casa para recebê-lo no menor prazo possível. Outra tendência é o chamado “phygital”, em que, apesar da relevância de estratégias digitais, a interação do consumidor pode ser feita no mundo real.
Consumidores esperam comportamentos novos e mais sustentáveis das marcas. 76% concordam que empresas devem se esforçar para acabar com o racismo, xenofobia, entre outros; 74% acreditam que as marcas têm um papel importante a desempenhar na sociedade; e 76% dos brasileiros consideram a sustentabilidade ao comprar. Os dados são do estudo global Foundational Kantar Sustentabilidade 2021.
Unindo experiência e conscientização, a Natura realizou uma ação em prol da Amazônia no Rock in Rio. Já a Heineken vem se comprometendo desde 2020 a ter todo o seu processo de produção funcionando a partir de energia verde. O propósito de marcas chegou a Cannes. Entre os destaques de 2022, está a Amaro, que levou Bronze na categoria Social & Influencer com a ação “Nódulo Virtual”.
As experiências voltaram à tona após o período de isolamento social imposto pela pandemia. O setor de eventos e de turismo foram alguns dos mais beneficiados. O Rock in Rio, por exemplo, reuniu 700 mil pessoas e teve impacto econômico de mais de US$ 2 bilhões. Fomentado também no esporte, a volta dos eventos propiciou o acontecimento da Copa do Mundo no Catar.
O IAB deu visibilidade à demanda de conhecimento, com eventos sendo realizados no Brasil. O Web Summit terá uma edição no Rio de Janeiro a partir do ano que vem. A expectativa é de que ele reuna aproximadamente 10 mil pessoas em sua primeira edição.
Criptomoedas já são uma realidade. Cerca de 21% da população conectada já declara ter algum investimento em criptomoeda em 2022, conforme indica a Kantar Ibope Media. O Nubank, por exemplo, se prepara para criar sua própria moeda digital em 2023. Além disso, a fintech investe em experiência em São Paulo, o Real feat Digital.
Contudo, mais simples do que isso, o mobile foi uma revolução nas transações: 67,1 bilgões de transações financeiras foram feitas por este canal em 2021. Isso indica que o futuro vislumbra a quase que uma extinção do dinheiro em espécie.
2022 foi o ano do vídeo e dos streamings. A Kantar Inside Video 2022 mostra que o brasileiro conectado assina uma média de 1,6 serviços da categoria. Empresas como Apple, Google e Amazon vem se fortalecendo com seus serviços, como Apple TV+, YouTube e Prime Video.
A paixão do consumidor por conteúdos exclusivos do streaming extrapolam as telas e mostra a força do out-of-home, por exemplo. Ações de Stranger Things no metrô de São Paulo e a ambientação da série em lojas físicas da Vivo foram formas de fortalecer as marcas por meio da publicidade. O sucesso fomenta ainda o lançamento de produtos temáticos, como foi o caso de Burger King com um menu personalizado de Stranger Things e O Boticário com itens exclusivos de séries como Bridgerton e La Casa de Papel.
No segundo semestre, as marcas tiveram ainda a oportunidade de se inserir na programação do streaming por meio de anúncios, com novos planos da Netflix e Disney+, por exemplo.
Endossado pela mudança do Facebook para Meta, o metaverso foi um dos temas mais comentados e debatidos em 2022. E isso não deverá mudar. A ascensão da Web3.0 e seus desdobramentos já está na mira de anunciantes. O relatório da IAB traz o dado da Statista de que espera-se que esse mercado chegue a US$ 47.48 bilhões no final deste ano. Já até 2030, o crescimento deverá alcançar a marca de US$ 678.7 bilhões.
A presença no digital extrapola o e-commerce e começa a ganhar notoriedade com os avatares de marcas. A Lu, do Magalu, é um dos cases de sucesso nesse sentido. Outras figuras como o CB, da Casas Bahia; Nat, da Natura; e a Moça, do Leite Moça Nestlé, também se destacam.
Ainda, a pesquisa aborda a chamada “mídia out of world”, em que marcas fazem publicidade em ambientes virtuais conectados ao metaverso. Neste sentido, a Brahma fez uma ação na Cidade Alta, um dos servidores do game GTA V, para promover o lançamento da versão long neck da cerveja Duplo Malte.
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