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7 de fevereiro de 2023
Em um cenário de alta conectividade, a acessibilidade digital torna-se um elemento importante para estar bem posicionado no mercado e promover a inclusão social.
O conceito explora o modo como as empresas conseguem criar experiências online inclusivas, interligando estratégia, design e tecnologia.
Na prática, produzir conteúdos inclusivos traz benefícios tanto para as marcas como para o público que consome esse material.
Por isso, compreender os fundamentos básicos da acessibilidade é um passo importante para garantir uma abordagem responsiva na web.
A acessibilidade digital consiste no uso de soluções para tornar o conteúdo da web acessível a todos, eliminando barreiras para a navegação online.
O objetivo é permitir que qualquer pessoa, independente de suas habilidades ou capacidades, consiga aproveitar os materiais disponíveis na internet.
Para isso, são oferecidos recursos adicionais, como fontes legíveis e descrições nas imagens, que tornam o conteúdo acessível e melhoram a experiência do usuário no ambiente virtual.
Esse é um passo importante na inclusão digital e social, pois possibilita que os usuários com deficiência naveguem na internet com mais autonomia.
O tema é tão importante que, em 2012, foi criada uma data para reforçar a conscientização: o Dia Mundial da Conscientização sobre Acessibilidade, celebrado toda terceira quinta-feira de maio.
No Brasil, a acessibilidade é um direito previsto na lei 13146/2015, conhecida como LBI (Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência).
A legislação determina a acessibilidade digital em sites mantidos por empresas com sede ou representação comercial no Brasil, bem como para as páginas de órgãos do governo.
Além da LBI também existe a lei 10098/2000, que dispõe sobre a acessibilidade nos sistemas de comunicação.
O documento define o uso de mecanismos e técnicas alternativas para eliminar barreiras de comunicação que possam dificultar o acesso à informação e comunicação.
Há também o decreto 6949/2009, responsável por promulgar a Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, assinado em Nova York, no ano de 2007.
Esse decreto fala sobre a adoção de medidas para promover a inclusão de pessoas com deficiência a meios físicos e também a informação e comunicação, incluindo a internet.
De acordo com o mais recente Censo divulgado pelo IBGE, cerca de 24% da população brasileira declarou ter pelo menos uma das deficiências investigadas.
Apesar da porcentagem representar aproximadamente 45 milhões de brasileiros, o País tem menos de 1% dos sites aprovados nos testes de acessibilidade digital.
O dado é da pesquisa sobre a experiência de usabilidade de sites por pessoas com algum tipo de deficiência, realizada pela BigDataCorp em parceria com o Movimento Web Para Todos.
Segundo o estudo, que avaliou 21 milhões de sites ativos em maio de 2022, apenas 0,46% das páginas analisadas foram bem sucedidas em todos os testes aplicados no momento da pesquisa.
Com um mundo cada vez mais digitalizado, as ferramentas de acessibilidade digital tornaram-se uma necessidade.
Com isso, o processo de democratização dos conteúdos ultrapassa a questão de regularidade legislativa, tornando-se um ponto fundamental para os usuários e para as empresas.
Além de garantir a inclusão digital e social, a acessibilidade na internet também é essencial para que as marcas possam trabalhar o relacionamento com o consumidor e levar seus conteúdos mais pessoas, diversificando o público atendido.
Desenvolver um site acessível contribui para que pessoas com deficiência consigam realizar funções básicas, como se informar, se comunicar ou até mesmo trabalhar e estudar, de maneira independente.
Segundo o WCAG 2.2 (World Content Accessibility Guidelines, ou Diretrizes de Acessibilidade de Conteúdo da Web, na tradução para o português), existem quatro tipos de acessibilidade.
O guia apresenta diretrizes com o objetivo de padronizar a acessibilidade digital no mundo. Para isso, os tipos definidos no WCAG 2.2 são:
– perceptível: todos os elementos da página devem ser perceptíveis aos sentidos, sem informações escondidas ou invisíveis;
– robusto: determina a compatibilidade dos conteúdos online com todos os dispositivos, incluindo tecnologias assistivas;
– operável: elementos interativos da página, como botões e controles, devem ser clicáveis ou operados com adaptações, como comando de voz;
– compreensível: todas as informações apresentadas na página devem ser compreensíveis aos usuários, incluindo direcionamentos e botões de acesso.
A acessibilidade digital traz benefícios tanto para o usuário com algum tipo de deficiência ou limitação, quanto para as empresas que oferecem esse conteúdo democrático.
Para as pessoas com deficiência ou qualquer tipo de limitação, os materiais inclusivos são fundamentais para garantir uma boa experiência digital.
Já para as marcas, os benefícios incluem uma ampliação do alcance dos materiais online, assim como a contribuição para a inclusão social e digital.
Confira a seguir esses e outros motivos para investir em acessibilidade na internet.
Ao implementar a acessibilidade digital, a empresa contribui diretamente para a inclusão de pessoas, garantindo o acesso a conteúdos online independente das capacidades e limitações dos usuários.
Esse é um passo fundamental para que pessoas com deficiência possam trabalhar, estudar, comprar e aproveitar todas as experiências oferecidas pelo ambiente virtual.
No mercado, isso também reflete na construção de imagem da empresa, reforçando a responsabilidade social da marca.
Para o público, a preocupação das organizações com assuntos sociais é cada vez mais importante. A geração Z, por exemplo, mostra sua preferência para marcas que contribuem de alguma maneira para melhorar o mundo.
Segundo o relatório Especial Trust Barometer 2022, divulgado em matéria do Meio & Mensagem, 55% dos entrevistados afirmaram que vale a pena pagar mais por produtos de empresas que fazem bem para o mundo.
Ao oferecer conteúdos acessíveis, as empresas conseguem atender novos usuários e, com isso, ampliar o alcance dos materiais publicados online, bem como diversificar o público.
Essa é uma maneira de promover a democratização do conteúdo, melhorar a experiência do consumidor e também de garantir uma vantagem competitiva no mercado, construindo um reconhecimento positivo da marca.
Dessa forma, é possível melhorar a interação com os usuários e aumentar as chances de fidelização.
O Google também entende a importância da acessibilidade da internet. Por isso seus algoritmos identificam e valorizam páginas acessíveis.
Isso acontece porque o mecanismo de busca compreende que aquele conteúdo otimizado poderá ajudar mais pessoas.
Dessa forma, os algoritmos de rankeamento tendem a beneficiar esses sites, aumentando as possibilidades de que eles ocupem as primeiras posições nos resultados de buscas dos usuários.
Como consequência, é possível otimizar a usabilidade das páginas e conquistar um aumento no número de acessos do site.
A relação entre tecnologia e acessibilidade permite a aplicação de ferramentas cada vez mais eficientes no ambiente virtual, capazes de garantir a usabilidade para os mais diversos públicos.
Na prática, é fundamental conhecer quais dispositivos, estratégias e recursos podem auxiliar na adaptação dos sites para promover a acessibilidade digital.
Diante disso, confira abaixo algumas maneiras de tornar os conteúdos virtuais mais acessíveis.
Quanto mais preparado para atender a todos os sentidos, mais completo e inclusivo será o conteúdo. Por isso, é importante considerar que os usuários acessam os sites por diferentes canais sensoriais.
Diante disso, a comunicação multissensorial, como os vídeos com legenda e os textos com áudio, é uma importante estratégia de acessibilidade.
Além de promover a inclusão e atender a diferentes necessidades, essa ação também torna a experiência mais imersiva para o público, independente de ter ou não algum tipo de limitação.
A descrição nas imagens, chamada de alt text (do inglês alternative text ou “texto alternativo”, na tradução), é uma maneira de promover a acessibilidade desses conteúdos a pessoas cegas ou com baixa visão.
Essa descrição deve ser clara e objetiva, trazendo os detalhes da imagem para que o usuário possa entender todo o contexto retratado.
O ideal é iniciar a descrição definindo o tipo de imagem (fotografia ou ilustração, por exemplo), e então falar sobre as características físicas e do ambiente, assim como narrar as ações ali representadas.
Vale destacar que o alt é diferente da legenda, mas ambos são interpretados pelos leitores de tela. Portanto, é interessante usar informações distintas nas duas descrições para evitar conteúdos repetitivos.
Para adaptar o conteúdo a tecnologias assistivas, é importante adequar a estrutura dos textos, organizando as informações de forma acessível.
Algumas orientações são:
– criar links acessíveis;
– alinhar o texto a esquerda;
– priorizar fontes básicas e legíveis;
– usar espaçamento leve entre parágrafos, linhas e palavras;
– utilizar emojis apenas em forma de imagem, não em caracteres;
– manter a taxa de contraste de cor entre plano de fundo e fonte em 4.5:1 para texto normal (diretriz da WCAG);
– usar hashtags com a primeira letra das palavras sempre em maiúscula para permitir a interpretação de leitores de tela.
Uma forma simples de tornar a comunicação mais inclusiva é incluir legendas nos conteúdos produzidos em formato de vídeo.
A legenda quebra barreiras que impedem os usuários de acessar os materiais audiovisuais e é um recurso prático de inserir, inclusive com opções de programas que fazem esse trabalho de maneira automática.
Além de promover a acessibilidade digital para pessoas com deficiência auditiva, essa atitude também beneficia os usuários que assistem vídeos sem áudio.
As tecnologias assistivas são recursos e serviços desenvolvidos para possibilitar o acesso de pessoas com deficiência a diferentes materiais.
Essas ferramentas oferecem uma assistência para garantir a autonomia dos usuários em diversas atividades, tanto no mundo físico como nos espaços digitais.
Alguns exemplos de tecnologias assistivas são as rampas, softwares de leitura de tela e dispositivos para interpretação em Libras (Língua Brasileira de Sinais).
No ambiente digital, é necessário desenvolver conteúdos considerando essas tecnologias. É possível também investir em comandos por controle de voz, fontes legíveis e adaptação para os softwares de leitura de tela ou interpretação em Libras.
Hoje, muitas plataformas online oferecem pluggins de acessibilidade, o que facilita a adaptação dos sites e torna as páginas mais inclusivas.
Com eles, é possível garantir a interpretação de materiais em Libras e para leitores de tela, assim como implementar controles de cursor por meio de comando de voz, por exemplo.
Além disso, existem ajustes mais básicos, como o tamanho da fonte, níveis de iluminação e contraste, ou ainda mudança no espaçamento entre linhas e palavras.
Todas essas ferramentas ajudam a tornar os conteúdos mais acessíveis, melhorando a usabilidade das páginas e, com isso, permitindo maior diversidade de público no site.
Produzir conteúdos em diferentes formatos, em múltiplas plataformas, é uma maneira de promover a acessibilidade digital e atender as preferências de públicos variados.
Muitas vezes, uma pessoa prefere acompanhar um texto por áudio, enquanto outra prefere consumir a versão escrita daquele mesmo conteúdo. Por isso, explorar diversos formatos amplia o alcance dessa publicação.
Além disso, para pessoas com deficiência, sempre haverá uma opção de canal acessível disponível.
Confira as principais opções de formatos para um conteúdo publicado na internet:
Texto;
Podcasts;
Infográficos;
Vídeos com legenda.
É possível combinar os formatos – criando os materiais multissensoriais – ou replicar a publicação em diferentes plataformas, fazendo as adaptações necessárias.
Acessibilidade digital é a prática de tornar o conteúdo online, de sites a aplicativos móveis e documentos eletrônicos, disponível para todos, independente de capacidades ou habilidades.
Em um país com grande número de pessoas com deficiência como o Brasil, as ferramentas de democratização virtual são essenciais para a inclusão.
Os benefícios do conteúdo acessível digitalmente vão além das pessoas com deficiência; também pode ser benéfico para indivíduos com lesões temporárias, idosos e até pessoas que falam português como segunda língua.
Com o auxílio de tecnologias, estratégias e adaptações simples, é possível garantir um conteúdo online acessível a todos que desejam conhecê-lo.
Confira matéria no Meio e Mensagem
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