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2 de agosto de 2021
Pesquisa revela que 85% dos brasileiros estão mais conscientes dos impactos ao meio ambiente desde o início da atual crise
Um produto pode ser considerado sustentável por ser reciclável ou mais durável. Isso pode estar ligado ao processo de fabricação, que consome menos energia por exemplo, ou na escolha dos ingredientes. Há muitas variáveis que determinam a sustentabilidade de um produto, e, dependendo de como é formulado, o resultado final impacta na decisão do consumidor.
De acordo com levantamento feito pela Economist Intelligence Unit (EIU), a pedido da WWF, as pesquisas na internet por produtos sustentáveis tiveram crescimento de 71% nos últimos cinco anos. Englobando mais de 54 países, o estudo aponta ainda que, no Brasil, os tuítes relacionados ao assunto aumentaram 82% no período analisado e o volume de notícias cresceu 60%.
Essa tendência cria oportunidades de mercado para as empresas, principalmente nos setores de cosméticos, farmacêutico, moda e alimentos, além de se tornarem ativos importantes nas estratégias de comunicação. Assim, marcas e empresas focadas nesse setor estão buscando e ganhando cada vez mais espaço.
O estudo “Crescimento do Consumo Sustentável on-line”, conduzido pelo Mercado Livre, uma das principais empresas de tecnologia para e-commerce e serviços financeiros da América Latina, indicou um crescimento significativo de buscas e compras na seção de produtos sustentáveis. Entre junho de 2019 e maio de 2020, 2,5 milhões de usuários em toda a América Latina compraram produtos com proposta sustentável – só do Brasil, foram 1,4 milhão de consumidores. No mesmo período, a plataforma registrou 150 mil novos compradores nessa categoria, dos quais 81 mil são brasileiros.
A seção de produtos sustentáveis ganhou ainda mais fôlego no cenário imposto pelo novo coronavírus. O levantamento apontou que o total de usuários que visitaram a seção de produtos sustentáveis no Brasil duplicou. Enquanto o número de compradores totais da categoria cresceu 100%; aqui, 130%.
Dados que confirmam a consolidação de uma onda verde não faltam. Uma pesquisa global sobre o desenvolvimento sustentável, encomendada pela Mastercard, revelou que a crise sanitária alavancou a consciência ambiental de consumidores em todo o mundo. Segundo o levantamento, 85% dos brasileiros estão mais conscientes sobre o impacto no meio ambiente desde o início da pandemia. Um dos principais impulsionadores dessa expansão são as redes sociais.
Neto Bragatto, fundador da Ingredientes Online, um e-commerce de produtos saudáveis, também acredita que a população no mundo todo está cada vez mais preocupada com saúde e engajada com a sustentabilidade do planeta. A empresa tem observado, inclusive, o aumento expressivo na busca por produtos associados à saudabilidade – ou seja, mais naturais, orgânicos, glúten free e livres de aditivos. “Essas mudanças de hábitos de consumo também vêm acontecendo no Brasil há alguns anos. Com a pandemia, esse movimento se acentuou ainda mais”, confirma.
O novo momento traz produtos inovadores, mas também um foco maior na comunicação. Para Arthur Guimil, sócio-fundador da One More, foodtech que criou o balance drink. Atualmente o produto autoexplicativo é extremamente valorizado pelo consumidor nos pontos de venda, mas isso deve ser alinhado a uma presença digital forte. No caso da One More, a estratégia é produzir conteúdo para as redes e trabalhar com influenciadores, atingindo assim um público segmentado por interesse em saúde e bebidas.
A One More foi criada em 2016 e já surgiu adaptada ao consumidor mais sustentável e exigente. Portanto, a fórmula da bebida traz benefícios funcionais via reposição de vitaminas e sais minerais, além de não ter açúcar.
Nesse sentido, algumas empresas nasceram pioneiras. Ana Beatriz Diniz, sócia-diretora da Greener, empresa de produtos de limpeza com embalagens recicláveis, relembra que o grupo já trabalhava com produtos biodegradáveis independente do crescimento do mercado sustentável. “Os diretores das empresa sempre prezaram pelo bem-estar ambiental e toda formulação desde o início da marca. Essa sempre foi uma preocupação pessoal deles em seu dia a dia, e construir uma marca com essas características já seria o natural”, conta.
Por isso, a comunicação é fundamental como aliada na conscientização dos consumidores. “A comunicação é a ferramenta principal, acreditamos que, às vezes, mais que o produto em si. É através dela que conseguimos educar nosso público sobre nossa proposta sustentável, e desmistificar as falsas ideias sobre o tema”, diz. “A presença do nosso público nas redes é notável e se torna o nosso momento de humanização da marca e contato mais pessoal que transcende a venda de um produto”, conclui.
Confira a matéria no Metrópoles.
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