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31 de agosto de 2023
Incontestavelmente, o agronegócio apresenta números importantes para o cenário econômico brasileiro. De acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, o PIB do agronegócio nacional registrou um crescimento de 0,19% no primeiro semestre de 2023. Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a participação da agropecuária na economia brasileira chegou a 7,9% do PIB em 2022, alcançando R$ 675 bilhões.
O ecossistema do agronegócio se desdobra em muitas etapas e toda essa engrenagem não funcionaria sem um protagonista: o marketing. Enquanto o agronegócio é uma peça-chave na balança comercial do país, o marketing aparece como uma ferramenta indispensável para potencializar este setor e agregar valor a essa força produtiva.
Para Luciana Florêncio, professora do programa de pós-graduação em administração da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), o marketing se faz importante para todos os setores e todas as empresas que têm concorrência, ajudando como uma ferramenta para estabelecer uma vantagem competitiva no mercado.
“No agronegócio, assim como em outros modelos de negócios, é necessário que existam gestores pensando estrategicamente o marketing, ou seja, a forma com que a empresa se posiciona frente a seus concorrentes, quem são estes concorrentes, a precificação de seu produto, seu público-alvo e diversas outras faces do marketing, que não se resume apenas à comunicação”, explica.
Roberto Kanter, professor de MBAs da Fundação Getulio Vargas, complementa a fala da professora explicando a importância do marketing para o setor. “Marketing é sobre a capacidade que você tem de atrair, educar e chamar a atenção de um possível cliente. Além de ajudar a reter esse cliente com estratégias de relacionamento e fidelidade”, diz o especialista.
Apesar de o marketing já ser entendido como um processo indispensável para a indústria agro, ainda existem diversos desafios a serem superados.
Anonimato
Embora esteja presente no dia a dia de todos os brasileiros de uma forma ou outra, o agronegócio se estabeleceu como um setor praticamente anônimo, passando despercebido pelo consumidor final.
Aline Hasse, sócia e diretora do comercial e operações da agência Memo – especializada em serviços de marketing para empresas do setor agro –, declara que escuta muito que o agronegócio se comunica apenas com o agronegócio.
“É por isso que a sociedade não se liga para tudo que o agronegócio significa no nosso cotidiano. Tudo que fazemos, usamos e consumimos passa pelo agronegócio porque ele é um setor primário, sendo assim, ele também deve ser comunicado”, afirma.
Neste contexto, o marketing chega ao setor com o objetivo de tirar o agronegócio do anonimato e conversar com toda a cadeia, desde os produtores rurais até os consumidores finais.
Para que ações de marketing nesse mercado sejam promissoras, se faz necessário um olhar holístico e uma abordagem que compreenda não somente o produto oferecido pela empresa, mas que inclua também toda a jornada de produção, desde o campo até a mesa do consumidor.
Estratégias
Com um olhar voltado especialmente para clientes do agronegócio na agência Memo, Hasse continua dizendo que a audiência e o público-alvo do agro são muito diferentes. “Para que a relação agência e cliente funcione, os publicitários precisam estar dispostos a conhecer o campo, conversar com agricultores e com o time comercial do cliente. São muitos pontos que precisam ser considerados antes da criação de uma campanha que vai rodar em um grande veículo”, explica a executiva.
A estratégia deve envolver também diversos aspectos, como sustentabilidade, rastreabilidade, qualidade e, claro, responsabilidade social. Afinal, o consumidor contemporâneo valoriza não apenas o produto em si, mas todo o processo por trás dele.
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