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Só 37% dos internautas via celular, maioria no Brasil, checam fake news

Fonte: UOL

17 de maio de 2023

A situação é preocupante pois hoje 62% dos internautas brasileiros acessam a internet exclusivamente pelo celular, o que corresponde a 92 milhões de pessoas. Pela primeira vez o Cetic.br detectou a discrepância de habilidades.

Só 37% dos brasileiros que acessam a internet exclusivamente pelo celular verificam se uma informação que encontraram na internet é, de fato, verdadeira. Entre aqueles que entram na rede pelo celular e computador, o índice é em 74%, aponta a pesquisa TIC Domicílios 2022, realizada pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br) do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br).

A situação é preocupante, pois hoje 62% dos 149 milhões de internautas brasileiros acessam a internet apenas pelo celular, o que corresponde a 92 milhões das pessoas conectadas.

De modo geral, isso quer dizer que quase 80% dos cerca de 73 milhões de brasileiros que não verificam as informações que chegam pela internet usam exclusivamente o celular para navegar na rede.

Realizada desde 2005, a pesquisa detectou pela primeira vez as habilidades digitais por tipo de aparelho de acesso. E constatou que há uma discrepância entre os usuários que usam apenas o celular para acessar a internet e aqueles que recorrem também ao computador para navegar:

  • Adotaram medidas de segurança para proteger dispositivos e contas online (como colocar senhas fortes ou verificação em duas etapas):
  • 33% dos “internautas de celular” x 69% dos internautas que usam vários aparelhos
  • Usaram ferramenta de copiar e colar para duplicar ou mover conteúdo: 29% dos “internautas de celular” x 71% dos internautas que usam vários aparelhos
  • Instalaram programas de computador ou aplicativos de celular: 22% dos “internautas de celular” x 61% dos internautas que usam vários aparelhos
  • Conectou ou instalou novos equipamentos com ou sem fio, como modem, impressora, câmera ou microfone: 8% dos “internautas de celular” x 40% dos internautas que usam vários aparelhos
  • Criou programa de computador ou aplicativo de celular usando linguagem de programação é baixa nos dois grupos: 3% dos “internautas de celular” x 7% dos internautas que usam vários aparelhos.

Nessa edição, o indicador de habilidades digitais foi aplicado para o conjunto dos usuários de Internet no país. Os dados indicam que aqueles que acessam a rede pelo computador reportam essas habilidades em maiores proporções do que os que utilizam unicamente o celular. Uma conectividade significativa – que permita que os usuários obtenham um melhor proveito da Internet – não depende apenas de uma boa conexão à rede, mas também da qualidade dos dispositivos

Alexandre Barbosa, gerente do Cetic.br|NIC.br..

15 milhões de domicílios não tem acesso à internet

A pesquisa apontou ainda que 60 milhões de domicílios possuem internet no Brasil, ou 80% do total. Dentre os motivos para a falta de internet em 15 milhões de casas brasileiras, a Cetic.br identificou que os principais são:

  • preço alto (28%),
  • falta de habilidade (26%),
  • falta de interesse (16%).
  • falta de necessidade (7%),
  • acesso em outro lugar (7%),
  • evitar conteúdo perigoso (5%),
  • preocupações com segurança/privacidade (5%),
  • falta de computador (3%),
  • falta de disponibilidade (3%).

Frequência de uso maior entre mais ricos

O levantamento também identificou que a frequência de uso da internet é maior entre os mais ricos.

Hoje, 142 milhões de pessoas utilizam a rede todos os dias ou quase todos os dias. Entre as classes A e B o índice fica acima de 90%. Já na C está em 81%, enquanto 60% da classe DE usa com essa frequência.

Por outro lado, 36 milhões de pessoas não são usuárias da internet. Desses, a maior parte é de região urbana e possui até o Ensino Fundamental (29 milhões). Além disso, a maior parte é formada por negros (21 milhões), integra as classes DE (19 milhões), e está concentrada no Sudeste (15 milhões).

Porém, há não usuários da internet com Ensino Superior (2 milhões) e das classes A e B (3 milhões).

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