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Aos 25 anos, Cenp propõe refundação em prol da união da indústria

Fonte: Meio e Mensagem

3 de abril de 2023

Com a retomada das relações com ABA e IAB, entidade se posiciona como um território de debates a valor do fortalecimento da publicidade brasileira

O Cenp, atual Fórum de Autorregulamentação do Mercado Publicitário – que na maior parte de sua história utilizou a nomenclatura de Conselho Executivo das Normas Padrão – completa 25 anos em 2023 com uma proposta mais ampla do que sinaliza a própria alteração do nome.

Depois de ter conseguido retomar as relações com a Associação Brasileira de Anunciantes (ABA) e com o IAB Brasil, que haviam se desligado do Cenp por conta de divergências, a entidade visa se posicionar como um território de interlocução e de fortalecimento da indústria de publicidade do País, deixando de lado o papel fiscalizador de anos atrás.

Essa proposta foi enfatizada por Luiz Lara, presidente do conselho do Cenp, no último dia 30, quando aconteceu, em São Paulo, o Cenp Hub, evento que contou com a participação de diferentes profissionais para debater os desafios atuais nas relações entre agências, anunciantes e veículos.

O que o Cenp pretende ser?

A ideia de ter uma entidade que abandonasse a função de órgão regulador do mercado para adotar um papel mais voltado à conexão dos pilares da indústria publicitária havia sido sinalizada por Luiz Lara desde quando assumiu o comando da entidade, em dezembro de 2021.

Em entrevista concedida neste mês ao Meio & Mensagem, Lara comentou sobre a mudança de papel do Cenp. Segundo ele, o papel regulador já não cabia mais no atual momento.

“Para 1997, cabia e foi muito bem-feito pelos líderes da época. Hoje, com a transformação digital, globalização e mudança do comportamento dos consumidores, principalmente após a pandemia, houve uma disrupção no comportamento das marcas globalmente, houve uma mudança no business dos veículos, que agora são todos multiplataforma, novos formatos de remuneração e agentes híbridos surgiram, formando um ambiente multifacetado, e isso exige uma direção diferente e novas formas de agir em prol da perpetuidade e da prosperidade do mercado publicitário. Quando pessoas da minha geração dizem “a publicidade como eu conhecia acabou”, eu respondo que tem uma festa linda começando”, declarou Lara, na entrevista.

União de agências, anunciantes, veículos e players digitais

A crença de uma combinação de intenções em comuns e na defesa da premissa, em primeiro lugar, do que seja importante para a evolução da indústria de publicidade, foi o tom do debate que uniu representantes das principais entidades que compõem o Cenp, realizado durante o evento, na semana passada.

“Passamos os últimos dois anos redefinindo as regras para usar a piscina do clube. Agora, precisamos nadar”, resumiu Frank Pflaumer, vice-presidente da ABA, a respeito da volta da entidade ao Fórum. O papel da ABA tem sido não apenas mostrar as boas práticas para os grandes anunciantes, mas também para as empresas regionais, o que acaba sendo muito importante. Tenho certeza que 90% das dores do mercado são comuns. E que as 10% restantes precisarão ser negociadas, sempre a favor do que é melhor para o mercado”, disse.

Melissa Vogel, presidente da Kantar Ibope Media e do IAB Brasil também celebrou o retorno da entidade à mesa do Cenp. Ela lembra que, desde a aproximação inicial de Lara, sentiu que havia grande disposição, por parte do Cenp, em encontrar um ponto de conciliação entre as entidades. O desafio, no entanto, continua. “Construímos e atravessamos pontes, mas não podemos esquecer que atuamos em um mercado em constante transformação. Espero que, daqui um ano, possamos voltar aqui com questões estruturadas e endereçadas para a evolução das boas práticas do mercado publicitário”, declarou.

Próximo do fim de seu mandato à frente da Associação Brasileira das Agências de Publicidade (Abap) – a partir de junho, Marcia Esteves assume a presidência – Mario D’Andrea também celebrou o retorno das entidades ao Cenp e a possibilidade de o mercado voltar a poder discutir, em conjunto assuntos e temas importantes para o avanço da indústria. “Os profissionais de marketing e de publicidade têm em comum a vontade de fazer os negócios das empresas crescerem. Ou seja, têm essa intenção, em comum acordo. A partir disso, é preciso que todos se unem em torno de decisões que sejam boas para todos. É preciso garantir que as próximas duas gerações queiram se tornar profissionais da indústria publicitária”, pontuou.

Os representantes da ABA no Conselho do Cenp

A partir do momento em que a relação da ABA com o Cenp foi retomada, a entidade que representa os anunciantes passou a ter direito a contar com 8 membros no Conselho da entidade.

Na atual formação, o Cenp conta com oito representantes que visam defender a visão e interesse das agências, 8 que representam os veículos, 8 para os players digitais e, agora, 8 profissionais que representam os anunciantes.

Veja, abaixo, a lista dos oito profissionais definidos pela ABA para fazer parte do conselho do Cenp:

Adriana Cardinali, conselheira da ABA e diretora Jurídica do Mercado Livre
Amira Ayoub, diretora da ABA e marketing manager na LATAM Airlines
Ana Carolina Castro, conselheira da ABA e gerente executiva do Banco do Brasil
Fabio Toreta, conselheiro da ABA e superintendente de comunicação da SABESP
Lucia Bittar, conselheira da ABA, vice-Presidente do comitê de branding & conteúdo, e diretora de marketing da Samsung
Paula Marsilli, vice-presidente da ABA, presidente do comitê de mídia e diretora de mídia da Natura &Co Latam
Renata Garrido, conselheira consultora da ABA, Sandra Martinelli, presidente executiva da ABA

Confira matéria no Meio e Mensagem

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Sobre

A Associação Brasileira de Agências de Publicidade (ABAP) foi fundada em 1º de agosto de 1949 para defender os interesses das agências de publicidade junto à indústria da comunicação, poderes constituídos, mercado e sociedade. Dentre suas realizações estão a cofundação do Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (CONAR), do Conselho Executivo das Normas-Padrão (CENP), do Instituto Verificador de Comunicação (IVC) e do Instituto Palavra Aberta.