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Como as questões de privacidade estão mudando o caminho da publicidade na internet

Fonte: Privacy Tech

29 de novembro de 2021

Privacidade em pauta tem obrigado as empresas a adaptarem sua maneira de veicular anúncios e obter clientes

Desde a democratização da internet que empresas conseguem selecionar seu público através de dados obtidos pelos tão conhecidos “Cookies”, mas agora, com o tema privacidade de dados em voga, quem quer garantir a estabilidade de suas finanças vai precisar se adaptar.

Desde a década de 90 que as empresas – grandes e pequenas – têm trabalhado para desenvolver e manter uma presença digital de modo a fazer a publicidade do seu negócio.

Naquela época, uma forma de rastrear os dados dos usuários do site foi criada e hoje é conhecida como “cookies”, que nada mais é que, informações referentes aos visitantes, como seus dados pessoais e de navegação, que ficam armazenadas nos arquivos dos locais visitados de modo a ser possível reconhecer quando aquele cliente está de volta ao site e o tipo de produto ou serviço que pode interessar a ele.

Com essas informações à disposição, era possível criar uma publicidade mais direcionada categorizando os visitantes em grupos com especificações como gênero, idade, local e interesses.

Depois de 2008 quando surgiram os primeiros Iphones e Android, as empresas anunciantes começaram a rastrear as atividades dos usuários através de rastreadores invisíveis. Esses dados foram vinculados aos dados dos cookies e compartilhados com plataformas de anúncios para uma segmentação ainda mais específica.

Isso resultou no modelo de ecossistema para publicidade online que conhecemos hoje, que sustenta inúmeras empresas tanto de comércio eletrônico quanto as conhecidas BuzzFeed e TikTok, que nasceram a partir disso.

Privacidade em pauta tem obrigado empresas a se adaptarem

Um escândalo envolvendo o Facebook em 2018, em que os dados dos usuários da plataforma foram coletados indevidamente sem o consentimento desencadeou uma série de desconfianças a respeito do quanto estamos expostos através do rastreamento de nossos dados e o quanto as empresas sabem sobre nós.

No mesmo ano, os reguladores europeus promulgaram a GDPR para proteger o direito à privacidade das pessoas. Google e Facebook, em 2019 concordaram em pagar multas altíssimas à Federal Trade Commission referentes às alegações de violações de privacidade e no ano passado a Apple adicionou uma janela pop-up aos seus dispositivos que pergunta às pessoas se elas aceitam serem rastreadas, e se o acesso for negado, eles não podem mais rastrear ou compartilhar os dados com terceiros.

Essa iniciativa gerou revolta do Facebook que alegou prejuízo às ações de publicidade das empresas quando seus anúncios não pudessem mais encontrar públicos específicos, já que cerca de 80% dos usuários da Apple optaram por não permitir o acesso a seus dados desde que a opção foi disponibilizada.

O Facebook agora está trabalhando em formas de fazer esse direcionamento de público aos anunciantes da plataforma através de insights coletados nos dispositivos, sem permitir o acesso a dados de usuários por terceiros.

“Apoiamos dar às pessoas mais controle sobre como seus dados são usados, mas as mudanças de longo alcance da Apple ocorreram sem a contribuição da indústria e daqueles que são mais afetados”, afirmou um porta-voz do Facebook.

O Google vem estudando formas de fornecer segurança sobre a privacidade de dados dos seus usuários sem matar o negócio de publicidade da plataforma de, em média, US $ 135 bilhões.

Pesquisadores descobriram que os Cookies minaram a confiança das pessoas e hoje alegam que o seu navegador, o Chrome, deve parar de oferecer suporte a cookies, porém não irão fazer até que seja desenvolvida uma nova forma de fazer publicidade on-line. O Google não irá desativar rastreadores até 2023.

Em um artigo, deste ano, Sheri Bachstein, chefe da IBM Watson Advertising, falou sobre as mudanças sobre privacidade e ressaltou que as empresas devem se adaptar, inclusive cobrando taxas de assinaturas ou usando inteligência artificial para dar suporte à veiculação de seus anúncios.

O futuro da publicidade online como conhecemos está em risco, mas a exposição irresponsável de dados dos usuários não pode seguir sendo tratada com negligência.

Chegou o momento em que as empresas precisarão se adaptar para que continue sendo possível categorizar o público dos seus anúncios e manter o fluxo de movimentação financeira sem deixar de lado o direito, agora fundamental, que todo usuário tem à sua privacidade.

Confira a matéria no Privacy Tech.

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Sobre

A Associação Brasileira de Agências de Publicidade (ABAP) foi fundada em 1º de agosto de 1949 para defender os interesses das agências de publicidade junto à indústria da comunicação, poderes constituídos, mercado e sociedade. Dentre suas realizações estão a cofundação do Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (CONAR), do Conselho Executivo das Normas-Padrão (CENP), do Instituto Verificador de Comunicação (IVC) e do Instituto Palavra Aberta.